Suicídio em Portugal

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O suicídio em Portugal, é um grave um problema de saúde pública, constituindo uma das principais causas de morte, a segunda maior em jovens.

No nosso país, é responsável por uma morte a cada 40 segundos, e suicídio constitui uma das principais causas de morte, com uma taxa de 8,9 mortes por cada 100.000 habitantes (em 2021).

Este artigo aborda as tendências do suicídio em Portugal, analisando as diferenças regionais, os principais fatores de risco e as medidas de prevenção existentes.

Tendências do Suicídio em Portugal

Nos últimos anos, Portugal tem registado um aumento significativo nas taxas de suicídio. Entre 2002 e 2023, o número de óbitos por suicídio tem variado entre um valor mínimo de 8,2 por 100.000 habitantes até um valor máximo de 11,7 por 100.000 habitantes em 2014.

Em 2021, a taxa de mortalidade global foi de 8,9 por 100.000 habitantes, com uma incidência no sexo masculino 4 vezes maior que no sexo feminino (15,6 para 3,8 por 100.000 habitantes)

Este aumento ocorreu num período de crise socioeconómica mundial, que teve início em 2008 e se agravou em Portugal a partir de 2010.

As taxas de suicídio variam consoante o género, a idade e a região de residência. Os homens apresentam uma maior tendência ao suicídio.

Em relação à idade, as maiores taxas de suicídio estão entre os idosos com mais de 65 anos.

Quanto às diferenças regionais, as taxas mais elevadas encontram- se no sul do país e na região Centro, enquanto a menor taxa é registada na região Norte.

Quadro que exemplifica a evolução do suicídio em Portugal do INE - Tema do blog da Psiworks

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Diferenças Regionais

As taxas de suicídio em Portugal apresentam diferenças consideráveis entre as cinco regiões do país.

A região do Alentejo é a que apresenta a maior incidência de suicídio, seguida pelo Algarve, a zona Centro, Lisboa e, por último, a região Norte.

Essas diferenças podem estar relacionadas com fatores socioeconómicos e demográficos locais, como o envelhecimento da população, a privação de bens, o analfabetismo, a baixa integração social, a baixa renda e outros problemas económicos, como o endividamento das famílias e o crescimento do desemprego.

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Suicídio em Portugal

Algumas pessoas acreditam que o suicídio é um acto egoísta ou que só é cometido por doentes mentais. Outras podem pensar que falar sobre o suicídio só vai piorar as coisas. 

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Fatores de Risco

Alguns dos principais fatores de risco associados ao suicídio incluem:
  • Problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e transtornos de personalidade;

  • História familiar de suicídio ou tentativas de suicídio; Abuso de substâncias, incluindo álcool e drogas;

  • Problemas relacionais, como conflitos familiares, separação ou divórcio;

  • Problemas económicos, como desemprego, baixa renda e endividamento;

  • Isolamento social e solidão, especialmente entre os idosos;

  • Acesso fácil a meios letais, como armas de fogo e pesticidas.

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Medidas de Prevenção do Suicídio em Portugal

A prevenção do suicídio em Portugal tem sido uma preocupação constante das políticas de saúde do país.

Diversas estratégias e programas têm sido implementados ao longo dos anos, visando a redução das taxas de suicídio e o apoio às populações mais vulneráveis, o que acabou por se concretizar no Plano Nacional de Prevenção do Suicídio.

Plano Nacional de Prevenção do Suicídio

O Plano Nacional de Prevenção do Suicídio, lançado pela Direção Geral da Saúde em 2012, constitui uma das principais iniciativas de prevenção do suicídio em Portugal. Este plano tem como objetivos identificar e sinalizar casos problemáticos, especialmente entre os idosos e as pessoas que vivem sozinhas:
  • Promover visitas domiciliares e a integração em grupos na sociedade original, através do apoio das autarquias;

  • Monitorizar a saúde física e mental nas unidades de saúde de proximidade (atenção primária);

  • Melhorar a rede de apoio para o desenvolvimento de atividades de vida diária. O plano também define estratégias específicas para diversos grupos populacionais considerados prioritários, como profissionais de saúde, adolescentes, população prisional, forças de segurança, grupo de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais/ transgéneros e pessoas com deficiência.

  • Campanhas de Informação e Sensibilização

A implementação de campanhas de informação e sensibilização é abecedarian para promover a consciencialização sobre o suicídio e os fatores de risco associados. Estas campanhas devem abordar temas como a importância da detecção precoce e do tratamento adequado dos problemas de saúde mental, o papel dos profissionais de saúde e das redes de apoio na prevenção do suicídio e a necessidade de combater o estigma e a discriminação associados à saúde mental.

  • Acompanhamento por Profissionais de Saúde da Rede de Atenção Primária

O acompanhamento das pessoas em risco de suicídio por profissionais de saúde da rede de atenção primária é enorme importância para a detecção precoce e o tratamento dos problemas de saúde mental. Estes profissionais devem ser capacitados para identificar os principais sinais de alerta e desenvolver intervenções eficazes na prevenção do suicídio.

  • Intervenção das Autarquias na Redução das Barreiras ao Isolamento

As autarquias desempenham um papel importante na redução das barreiras que promovem o isolamento e na promoção da integração social das pessoas em risco de suicídio. Ações como a criação de espaços de convívio, a promoção de atividades culturais e recreativas e o apoio ao desenvolvimento de redes de apoio social podem contribuir para a prevenção do suicídio.

  • Desenvolvimento de Parcerias Sociais para Integrar as Pessoas Isoladas

A criação de parcerias entre instituições públicas e privadas, organizações não governamentais e associações locais é fundamental para desenvolver estratégias integradas de prevenção do suicídio. Estas parcerias podem facilitar a identificação e o acompanhamento das pessoas isoladas, promover a inclusão social e oferecer apoio emocional e material às populações mais vulneráveis.

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